12 julho 2006

Palavras Soltas Em Um Novo Silêncio

Palavras. Num momento, elas são como tinta numa tela. Eu teço as minhas histórias sem cabimento. Minha exagerada imaginação. Meus desejos. O que elas querem de mim? Não sei. Só sei que sem elas não vivo. Não consigo.

Hoje, a garota aqui não está nada bem. Aliás, estar só neste apartamento, me faz entrar em contato com os meus fantasmas. Vários. Tem coisas que não consigo me livrar. Não posso ficar olhando o passado, nem esperando que as coisas aconteçam. Preciso fazer acontecer. Mas tem horas que o combustível acaba. Penso, então, em minha mãe. Nessas horas, ela me dá as forças que preciso. E nem sabe disso. Quando penso que, nos piores momentos de nossa vida, ela se levantou, olhou pro céu e seguiu em frente - eu vejo que as minhas dificuldades ainda são pequenas e não posso me atrever a ficr choramingando pelos cantos.

Eu tô aqui. Apartamento só meu. Acho que precisava de férias. Férias de todos. Ficar só. Desculpem, amigos, mas preciso disso. Olhar as paredes e pensar que um dia desejei estar aqui. E agora estou. Consegui. Tenho a minha casa, o meu carro, a minha faculdade, os meus amigos (velhos e novos) e uma família que me ajuda a ser quem sou. Só me falta alguém para complementar a minha felicidade. Mas não tem nada não. Um dia ele aparece. Ás vezes me engano achando que já o encontrei. Só que - se ele realmente fosse o meu amor - estaria comigo, com certeza.

Se relacionar com as pessoas é algo diferente. Eu não tenho medo das diferenças. Gosto delas. Tenho paixão pelo que é novo. Quero viver histórias. Mas sempre que encontro alguém, ele está numa fase diferente da minha. E é difícil entender isso. É difícil aceitar que as pessoas não querem estar com a gente. E também é complicado quando não queremos estar com quem nos aparece pelo caminho.

Tenho conversado esses dias com uma amiga. Estou só mas não solitária - o que é bem diferente. Conversamos sobre muitas coisas. Mulher tem assunto que não acaba mais. E, é claro, homem está sempre no assunto. Invariavelmente.

Dessa vez, conversamos sobre identidade. Sei que nos meus 27 anos, ás vezes, não tenho certeza de quem sou. Aqui nessa cidade pelo menos. Algumas coisas têm acontecido. E eu não sou eu. Como pode isso? Eu não tenho a mesma espontaneidade de salvador. Não consigo entender as pessoas. Uma hora estão do seu lado. No outro momento atacam seu território. Se é que isso existe mesmo.

Ainda há muito o que conhecer. Eu sei que o ser humano está sempre se reciclando e se tornando outra pessoa. Mas eu não sei até quando a gente se transforma. Deve ser sempre. Porque estou sempre mudando. Mudando meus quereres. Mudando minhas escolhas. Mudando as minhas idéias. E isso é tão rápido. Cada vez tão rápido que tem me causado espanto.

2 comentários:

A silenciosa disse...

Ainda há o que mudar.

Anônimo disse...

Roberta, P A R A B É N S ! ! ! ! ! ficou muito lindo, adorei suas fotos e como sempre seus textos.

Super beijo. Saiba que sempre estarei torcendo por você. SUCESSO!