08 agosto 2008

Liberdade


Para falar, eu escrevo. Desse meu jeito torto, cheio de imprecisão, cheio de (in)diretas, dúvidas e medos. Essa sou eu. Não vou poder mudar. Chego a essa conclusão. Minha personalidade, como já disseram, é forte. Tenho minhas vontades. Meus desejos de ser. Meus desejos de ter - como qualquer mortal. Não tenho muitas certezas. Sei das coisas que sinto. Apenas isso...Já é tão difícil chegar na nossa CERTEZA, quanto mais na certeza das pessoas. Atingir aquilo que elas esperam ou nos inspiram.

As minhas poucas certezas, ás vezes, me deixam na mão como telefones eternamente desligados, emails não respondidos, cartas que retornam ao remetente e palavras ao vento. No entanto, as minhas dúvidas sempre me empurraram para o inesperado. Engraçado isso, porque muita gente fica esperando ter certeza do emprego, ter certeza do amor, ter certeza do sentimento, ter certeza do futuro para poder seguir o caminho. No meu caso, muitas coisas dão certo por que as minhas dúvidas me levam a acreditar mais. Assim, eu acabo por viver intensamente o que aparece no meu caminho.

Não tenho certeza do Amor. Eu sinto. Expresso. Compartilho. Divido. Aprendi a deixar as pessoas fazerem parte da minha vida. Todos os dias, pela manhã, os pássaros me visitam e me ensinam a aceitá-los. Eles invadem a minha casa. Comem os pedacinhos de pão que deixo no prato. Me observam molhar o jardim. Cada dia, estão mais perto de mim e eu deles. É uma história de convivência e liberdade. E, quando estou sozinha, é com eles que compartilho os pequenos momentos da minha manhã. É com eles que colho os tomates vermelhos da pequena horta que possuo. Eles já não têm medo de mim como no começo. Eles ficam próximos e me fazem feliz. Eles livres e eu também.

Talvez liberdade seja isso. Talvez, amor seja isso. Todo dia, você aprender a se aproximar mais. Todo o dia, você chegar mais perto do coração. Devagar. Sem pressa. Sem medo. Pouco a pouco. Com cuidado.

Eu venho aqui, no meu silêncio das palavras, para deixar um pedacinho de mim. Quem sabe um dia eu faça parte da sua vida. Parte daqueles que me lêem. Pode ser que não. Mas não tem problema. Você é livre. Eu também sou. Você escolhe o seu caminho. Eu encontro o meu nas minhas dúvidas eternas. Encontro o meu caminho no meu mundo de palavras. Elas não me deixam... Estão sempre aqui: LIVRES!



Um comentário:

Joelton Belau disse...

Perfeição nas palavras... e no silêncio que elas causam após cada leitura...

Parabéns!
[red][...]