14 novembro 2006

Delírios



Depois de um dia cheio, ela finalmente chegou em casa. Fez um Margarita Frozen. Olhou pela janela as estrelas. Estava cansada. Preparou uma carbonara. Colocou um cd de Jazz. Ficou em transe. Relaxando.
Dias velozes precisam de momentos de inércia.

Até que a campanhia toca. Ele entra e a toma de assalto. Um beijo. E o caminho, as roupas, as palavras, a margarita ficaram para trás. Ficaram num canto. Porque o espaço era todo de beijos, abraços, corpos.

Eles sempre se quiseram. Eles sempre se incendiavam. E se evitavam justamente por se desejarem demais. Até que ela descobre que são só palavras de uma história inventada... E, se eles existem, ela nunca vai saber ao certo. Delírios.

3 comentários:

Anônimo disse...

..delírios na Psicopatologia ou sonhos de uma noite de verão. Roberta, não importa ..rs, o importante é essa percepção que é só sua, de uma história que já começou a contar, em algum momento.
A vida é uma permanente busca por sabedoria. Conscientes ou não, somos conduzidos através dos anos pela mão divina, enfrentando desafios que nos fazem crescer.
A compreensão das relações e sentimentos não se pode ensinar com palavras. É preciso conhecer a dor, o medo e a morte para dimensionar o amor, em todas as suas formas.
Eu costumava atravessar as tempestades sem olhar para o céu. Meu coração era jovem demais para entender que a perfeição não existe. O erro faz parte da vida como o acerto, e a severidade que o mundo nos impõe é apenas um teste de resistência.
Para cada vitória regada à champagne, somos levados a tropeçar e cair de rosto na terra, para sentir novamente o gosto amargo do remédio. É um ciclo necessário para o amadurecimento da alma, como a curtição contínua de um bom vinho.
Querer negar tudo isso é enfrentar cegamente o desconhecido. É ser pego de surpresa e ver somente a face ruim do malfeitor. É sofrer em demasia, pela inocência infantil, da busca insaciável por prazeres. É errar sem aprender nada de bom.
Eu julgava tudo isso estranho e me vestia de orgulho. Acreditava demais no espelho e na voz parcial que controla o meu ser. Na verdade, eu não sabia que não sabia.
Aliás, a vida é sempre assim. Não importa o que somos ou fizemos. Todo o conhecimento e experiência acumulados ao longo da curta existência humana, servem apenas como contexto para o que está por vir amanhã e depois. Cada momento nos apresenta uma nova leitura dos mesmos valores e sentidos. Estamos sempre reconstruindo a nossa história.
Lembro que não entendia nada sobre a vida, antes de vê-la nascer ou morrer perto de mim. Não entendia de sonhos ou delírios, antes de provar o amor. E não entendia a minha própria missão, antes de ser posto em combate.
Hoje, reconheço minhas fraquezas e virtudes, mas ainda não sei o que não sei. Por mais que me esforce em seguir pelo caminho que escolhi, nem sequer posso imaginar os desvios, barreiras e armadilhas que estou prestes a encontrar.
Por isso, não tenho tanta pressa. Hoje, reservo algum tempo para apreciar a paisagem que muda com os anos. O mesmo lugar nunca será o mesmo, pois meus olhos serão diferentes e talvez a beleza de agora seja outra.
Da mesma forma, não me deixo cair e sofrer como antes, pois a dor também muda quando vista de outro lugar. Hoje, posso escolher muito do bem e do mal que ela me faz.
Trabalhar com poesia é viver com alegria. Saber e reconhecer pequenos milagres aumenta a nossa crença em dias melhores. Um dia após o outro. Para cima e adiante!
O que você não sabe que não sabe?
Esta é a pergunta que abre as portas para a sua verdadeira compreensão do que é viver. Uma percepção que é só sua, de uma história que já começou a contar.
Até onde vai a sua vida? Até quando vai se deixar levar pelas aparências? Pela velocidade implacável dos homens? E pelos prazeres inúteis que lhe ferem?
É isso mesmo o que procura? Ser levado pela correnteza, sem fazer qualquer diferença?
Vai continuar sofrendo por antecipação? Ou vai levar tudo na flauta? Julgando os outros, sem perceber que são iguais a ti?
A sabedoria acontece, com mais ou menos dor e sofrimento. Tudo depende do que você não sabe que não sabe.
Enfrente os dias sem esperar a perfeição, com uma postura de aprendiz confiante.
Tudo ficará bem melhor, se estiver nas mãos de quem sabe cuidar.

Super beijo e um abraço apertado,

Anônimo disse...

Muita chuva em Conquista, né? Tudo bem com você?

Super beijo e um abraço apertado,

Anônimo disse...

Cheguei (muito) atrasada, mas cheguei! :-)